A variedade de formas,
cores, tamanhos e aromas das flores são adaptações desenvolvidas pelas plantas
em resposta aos polinizadores disponíveis. Cada morfologia reflecte a estratégia
vencedora, aquela que teve mais sucesso no transporte de pólen pelos
respectivos vectores.
A posição dos estames quase
sempre permite adivinhar o tipo de polinizador. Estames muito salientes como se
encontram nos carvalhos (Quercus sp.) e na tanchagem maior (Plantago major),
podem indicar que o vento é o polinizador enquanto estames mais curtos indicam
outro tipo de polinizador, que irá pousar e deslocar-se para dentro da flor.
Esta última associação entre plantas e polinizadores, construída no longo
caminho da evolução, uma co-evolução, baseia-se no mutualismo. As plantas
beneficiam porque o pólen é transportado de flor em flor e os polinizadores são
recompensados com pólen e /ou néctar presentes nas flores visitadas.
Quercus sp.
Plantago major
A
flor das chagas, Tropaeolum majus, apresenta marcas em algumas pétalas e um
esporão que se desenvolve a partir do pedúnculo. Na região de origem, a planta é
polinizada por ‘colibris’, cujos bicos se introduzem no esporão para alcançar o
cobiçado néctar.
Pelo
contrário, existem flores que exalam outro tipo de odores, em algumas lembrando
carne putrefacta. Nas espécies de Stapelia (1) e Aristolochia (2), os vectores
de polinização são moscas, atraídas pelo cheiro nauseabundo. Mesmo a cor da
corola mimetiza a cor da carne.
(I. Melo)
(1) (2)